Crônicas

um, dois, três, QUATRO!

24 anos sem Joey Ramone. E eu sempre quis ser um Ramone.

Eu sempre quis ser um ramone.

A primeira vez que ouvi falar dos Ramones foi em 1996. Como bom argentino nos anos 90 e, morador de Buenos Aires, convivi com a loucura mediática que foi cada vez que eles estiveram em Argentina, principalmente em 1996, quando fizeram a turnê de despedida.

Eu era um menino de 8 anos que ficava o dia inteiro na frente da TV. E no sábado dia 16 de março de 1996 não foi diferente. Assisti boa parte do show que foi transmitido pela TV. Foi algo muito louco, era totalmente insano. Foi mágico. A chamada para o show está aqui.

Aquilo ficou ficou impregnado de maneira intermitente no meu subconsciente. Adormecido. Esperando. Esperando. Afinal de contas, era um criança.

Já contei aqui a história do camelódromo de Torres e a famigerada promoção de cds de 3 x R$ 10. E sim, lá estava alguma coletânea criada diretamente em Ciudad del Este, com aquela clássica imagem do Joey, Johnny, DeeDee e Tomy escrito “As 30 mais”.

Com pouco mais de 37 minutos de duração.

Contudo, foi exatamente no dia 16 de abril de 2001 que decidi gostar de Ramones. Foi quando eu vi a matéria do falecimento do Joey Ramone na TV. Foi no Jornal do Almoço e aquilo fez click na minha cabeça. Voltaram as memórias e voltou um sentimento de pertencimento a uma tribo urbana que floresceu anos depois com força total: O maldito movimento punk.

Palhoça e o Ensino Médio no CEFET foram um divisor de águas na minha vida. Já mais maduro e seguro dos meus gostos musicais, foram os três acordes que moldaram minha adolescência, com um estilo que variava entre uma camiseta preta com a clássica foto em Queens, e uma com um a capa do cd tributo We’re a Happy Family:

Aquelas camisetas ficaram brancas de tanto eu usar.

Poderia continuar falando sobre o que eu aprendi com eles e como me tornei o que sou hoje a partir da influencia deles, mas isso vai ser feito em vários textos ao longo de minha vida. Coisa de banda. Coisa de amores ramônicos. Coisa de como conheci um mundo totalmente diferente e como até hoje escuto Ramones.

Coisa de ter ouvido quase 19 mil músicas deles desde 2009. (não acredita? veja aqui).

Duas imagens que achei em meu hd antigo que comprovam um pouco do meu gosto requintado pelos Ramones:

Indo para o show do Tequila Baby em Balneário Camboriú (2007) / Primeira apresentação com banda, no show de calouros de Santo Amaro (2006)

omo anedota, deixo aqui registrado que minha primeira banda se chamava Arsenal Toys. Tocamos no tradicional show do Calouros de Santo Amaro da Imperatriz, ali no ginásio municipal, que agora tem também uma pista de Skate. Tocamos duas músicas dos Ramones: Comando e Blitzkrieg Bop. Eram 17 bandas e 15 se classificavam para a grande final, no outro final de semana.

Fomos eliminados.

Este texto é uma simples homenagem para uma banda que mudou (e continua mudando) a vida das pessoas. E está sendo publicado no dia que se cumprem 19 anos do falecimento do Ramone de esquerda. O mais estranho entre os perdidos. Aquele que foi humilhado, mas venceu. O que me mostrou que a simplicidade pode ser perfeita, o meu amigo e herói Joey Ramone. Obrigado por tudo!

Eu sempre quis ser um ramone.

Texto originalmente postado em abril de 2020, no meu Medium

Frederico Di Lullo

Frederico Di Lullo

Redator publicitário, letrólogo, jornalista & fotógrafo de shows, nasceu na Argentina, coleciona vinil, é fã incondicional de música e um exímio apreciador de artes degeneradas.

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