Resenhas

Resenha: Sam Smith – In The Lonely Hour: Drowning Shadows Edition (2014)

É facil criar uma antipatia com o cantor britânico Sam Smith. Ele é limpinho demais, o som dele é limpinho demais, tudo é limpinho demais.

Embora o som seja totalmente agradável aos ouvidos, fica um pouco difícil de criar empatia com ele. Um bom exemplo disso é a primeira faixa, “Money On My Mind”. O tema é clichê, a letra é clichê e o refrão, cheio de Autotune, é difícil de engolir. Ela deixa uma primeira impressão bem ruim, mas logo vêm “Stay With Me” e “I’m Not The Only One”, que já contaram com uma altíssima rotação em rádios FM por todo o mundo.

No geral, este é um bom disco. Fora a já citada “Money On My Mind”, não há muitos pontos baixos, mas também não há muitos pontos altos. Ele se perde muito entre gêneros, às vezes num pop à Disclosure, como “Life Support”, às vezes emulando um Justin Timberlake, como em “Restart”, e às vezes fazendo canções acústicas leves, como “Not That Way”.

A versão “Drowning Shadows Edition”, é um CD duplo com arte de capa alternativa, mais sombria e, na opinião deste, bem mais atrativa que a original, além de doze faixas adicionais, como “Love Is a Losing Game”, de Amy Winehouse, uma versão ao vivo de “Latch”, com participação da Disclosure, e versões com A$AP Rocky e John Legend, ainda mais FM que as originais.

Ouvindo este álbum, eu consigo finalmente entender porque ele foi escolhido para gravar a trilha principal de “Spectre”, o último filme de Daniel Craig como James Bond. O jeito de crooner dele é convidativo, às vezes ele soa como um Robbie Williams com menos bravata e mais humildade. Embora os falsetes muitas vezes sejam exagerados e muitas vezes irritantes, no geral, este disco é um bom exemplo de bom gosto e boa produção, mesmo que, no final das contas, tudo seja limpinho demais.

6.5

In The Lonely Hour: Drowning Shadows Edition – Sam Smith

Gravadora: Universal Music

No geral, um bom disco. Sem muitos pontos baixos, ou altos.

Alexandre Aimbiré

Alexandre Aimbiré

Estudante de Letras, guitarrista de fim de semana, DJ ocasional, leitor ávido de Wikipédia e escritor de romances de gaveta. Manézinho de nascimento, criado em Porto Alegre e atualmente mora em São Paulo. Como todo bom crítico, já tocou em várias bandas que não deram em nada.

Outras matérias deste autor