Resenhas

Resenha: Chet Faker – Built On Glass (2014)

Vou confessar que nunca embarquei no hype do Chet Faker. Sempre ouvi a versão de “No Diggity”, que tocou em alta rotação em 2013, com um certo desdém. É legal, porém, nada demais. Tive a mesma impressão ouvindo “Built on Glass”, o primeiro LP do australiano.

O disco começa devagar, bem devagar. Volumes baixos, graves e bpms muito, mas muito baixos. O primeiro single saiu da segunda faixa, a esquecível “Talk is Cheap”. A coisa só começa a tomar forma de verdade mais pra frente com “Melt” e seu riff de teclado. “1998” é maravilhosa.

É necessário aqui reconhecer que Chet Faker tem um gosto apuradíssimo para timbres e na escolha dos instrumentos e vozes. É tudo bem pensado e dá ao disco um ar extremamente jovial, apesar de ser um disco bem downtempo. No geral, este disco parece só funcionar em situações onde a lentidão é a regra. Ele é cinza e sem cor como sua capa, monotônico como a voz do próprio Faker.

Eu estava me convencendo que isso aqui é legal, o final do disco volta a ficar lento e baixo. O formato é um grande problema aqui. Um álbum completo parece muita coisa pra preencher aqui e muitas coisas parecem não conectar umas com as outras.

No final das contas, aquela impressão que me eu tinha no começo continuou sendo a mesma. É legal e é legal pra cacete às vezes, mas não passa disso. No geral, não tem nada demais.

7.5

Built On Glass – Chet Faker

Gravadora: Future Classic

Alexandre Aimbiré

Alexandre Aimbiré

Estudante de Letras, guitarrista de fim de semana, DJ ocasional, leitor ávido de Wikipédia e escritor de romances de gaveta. Manézinho de nascimento, criado em Porto Alegre e atualmente mora em São Paulo. Como todo bom crítico, já tocou em várias bandas que não deram em nada.

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