Resenha: Chet Faker – Built On Glass (2014)
Vou confessar que nunca embarquei no hype do Chet Faker. Sempre ouvi a versão de “No Diggity”, que tocou em alta rotação em 2013, com um certo desdém. É legal, porém, nada demais. Tive a mesma impressão ouvindo “Built on Glass”, o primeiro LP do australiano.
O disco começa devagar, bem devagar. Volumes baixos, graves e bpms muito, mas muito baixos. O primeiro single saiu da segunda faixa, a esquecível “Talk is Cheap”. A coisa só começa a tomar forma de verdade mais pra frente com “Melt” e seu riff de teclado. “1998” é maravilhosa.
É necessário aqui reconhecer que Chet Faker tem um gosto apuradíssimo para timbres e na escolha dos instrumentos e vozes. É tudo bem pensado e dá ao disco um ar extremamente jovial, apesar de ser um disco bem downtempo. No geral, este disco parece só funcionar em situações onde a lentidão é a regra. Ele é cinza e sem cor como sua capa, monotônico como a voz do próprio Faker.
Eu estava me convencendo que isso aqui é legal, o final do disco volta a ficar lento e baixo. O formato é um grande problema aqui. Um álbum completo parece muita coisa pra preencher aqui e muitas coisas parecem não conectar umas com as outras.
No final das contas, aquela impressão que me eu tinha no começo continuou sendo a mesma. É legal e é legal pra cacete às vezes, mas não passa disso. No geral, não tem nada demais.
Built On Glass – Chet Faker
Gravadora: Future Classic