Resenha: Selvagens à Procura da Lei – Y (2025)
Depois de um período conturbado e mudanças drásticas na formação, a Selvagens à Procura de Lei chegou com o criativo com Y, um disco que é ao mesmo tempo expurgo e recomeço. Assim, Gabriel Aragão assume o protagonismo e conduz a banda por um caminho mais direto, pesado e emocional, entregando o trabalho mais honesto e impactante da carreira.
Do riff certeiro de Daqui Pra Frente até a melancolia redentora de Nunca Tem Fim, o álbum funciona como uma catarse emocional. É cru, é direto, é real.
O Y do título não esconde o dilema vivido: bifurcação. Eram dois caminhos: seguir em frente ou afundar na própria crise. Felizmente, a escolha foi pelo recomeço (e que recomeço!).
Musicalmente, o álbum transita com naturalidade entre o peso do rock alternativo, flertes com o indie e aquele toque nostálgico do rock brasileiro dos anos 90 e 2000. Dá para sentir a influência de Queens of the Stone Age em Amigos Por Interesse, até o sopro de Los Hermanos nos metais de Melhor Assim. Temos também a honestidade, já que faixas como Gatilhos e Difícil são quase cartas abertas sobre fraturas emocionais, sem rodeios ou metáforas vazias.
Y é sobre encarar o caos, atravessá-lo e sair do outro lado. Nesse caso, fortalecido, consciente e tendo feito um BAITA álbum de rock. Parabéns e vida longa aos Selvagens!
Y – Selvagens à Procura da Lei
Gravadora: independente
Selvagens à Procura de Lei renasce mais forte e afiado em Y.
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