Crítica: Nonnas (2025)
“Nonnas” entra naquele rol de produções recentes que colocam a comida no centro da trama. Só que num tempo em que alta gastronomia, experiências culinárias e chefs impulsivos dão as cartas, o filme da Netflix serve algo mais simples.
O prato é menos vistoso, requentado até, mas conta com um tempero que cai muito bem a qualquer hora: o saudosismo. Ninguém nega que esta ou aquela receita trazem à tona memórias e sentimentos ligados a um momento, emoção ou pessoa, e é nesse gancho que “Nonnas” se prende para seduzir um público com boas histórias passadas à mesa (ou na cozinha).
Pois é assim: o personagem de Vince Vaughn acaba de perder a mãe e, ainda choroso, usa a herança para reabrir um decrépito restaurante italiano em seu bairro natal. A contratação de quatro senhoras boas de panela tem um objetivo claro: recriar velhas receitas que façam a clientela viajar no tempo e se sentir em casa, de volta ao âmago familiar.
Os esperados percalços dessa jornada não emulam apenas nostalgia, mas também as possíveis conexões que se criam a partir da comida, capazes de transpor diferenças culturais, implicâncias bairristas, zonas de conforto e até travos amargos da juventude. Claro, “Nonnas” é pura água com açúcar salpicada de clichês, mas é também um filme com identidade e de coração bom. Até porque não é novidade que se quer aqui, e sim buscar na tradição uma felicidade perdida ou escassa, seja ela qual for. Tipo, um sorriso.
Onde achar: Netflix
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