Resenha: Musa Híbrida – Piscinas Vazias Iluminadas em Pé
Apenas tinha ouvido falar de longe da musa híbrida. Trio originário de Pelotas (RS) tem uma carreira interessante. Após o EP “Respirei o Poema Cuspi”, o grupo foi contemplado com o Edital da Natura Musical, que deu origem ao álbum “pvip”, ou para quem não entendeu a sigla, “Piscina Vazia Iluminada em Pé”.
O experimentalismo definitivamente faz parte da estética musical do grupo. Com guitarra, baixo, voz, programações de luz, synths beats, programações eletrônicas e bandolim, a música do trio é estranha. Sim, estranha e deliciosamente abusada!
O discurso é um ponto de convergência da banda. Com uma postura panfletária, referências escancaradas, o grupo derrapa em algumas faixas. Quer soar moderno e com poesias “mezzo ácidas e pseudochocantes”, esquece que enquanto arte, a música se sobrepõe à posições políticas.
Quando miram a arte, acertam, quando tentam ser políticos e colocar as opiniões e posicionamento político, derrapam.
Outras bandas e artistas conseguem ser mais políticos e menos panfletários, porque conseguem casar as duas verves, politica e arte. Com pesos iguais.
“pvip” é um bom trabalho, mas devagar com o andor, pois existem alguns poréns no álbum.
O grupo possui talento, mas faltou dosar o equilíbrio entre o discurso e a música, para não deixar o trabalho irregular. É possível e repito, fazer as duas coisas ao mesmo tempo, mas sem esquecer que a arte é o mote de tudo que eles estão fazendo.
A união da poesia, música e bom calibre da música eletrônica estão aí há alguns anos dando ótimos resultados, mas nem sempre se acerta o alvo, como no caso do trio.
Fiquem com: “pirata”, “bê” e “viagem”.
Esperamos o próximo trabalho do grupo…
Musa Híbrida – PVIP
Gravadora: Selo 180
Música, poesia com efeitos eletrônicos. Bom grupo. Derrapam na hora de não saberem dosar música com política. Esperamos o próximo trabalho.