Resenha: Eagles of Death Metal – Zipper Down (2015)
A primeira grande injustiça que se comete com o Eagles of Death Metal é chamá-la de “a outra banda do cara do Queens of the Stone Age”. A segunda é a lembrança dos ataques em Paris em Novembro de 2015, quando a banda se apresentava no Bataclan.
Ambas são injustas porque o EODM é uma excelente e divertidíssima banda com méritos próprios e o quarto álbum da dupla, lançado depois de um hiato de quase oito anos, “Zipper Down” consolida a banda como um esforço próprio e digno, não apenas como um projeto paralelo de Josh Homme. Aqui ele é o “Baby Duck”, baterista e parceiro de Jessie “Boots Electric” Hughes, que toca mais instrumentos nesse disco que eu poderia listar.
Em alguns momentos as comparações com os outros projetos de Homme, que toca bateria e produz o disco, são inevitáveis. “Skin-Tight Boogie” lembra muito o Them Crooked Vultures e tem uma linha de baixo distorcida à la Nick Olivieri, ex-QOTSA. “I Love You All The Time”, parece ter saído do Desert Sessions. Porém, no conjunto do disco, percebe-se que é outra coisa completamente diferente.
“Complexity”, que abre o disco, é aquela declaração de intenções digna de uma primeira faixa. O bom humor da banda é facilmente percebido em “Save a Prayer”, um cover do Duran Duran, nas letras provocativas e maliciosas e no clima de motel barato de beira de estrada que sempre está impresso nas músicas da dupla. “Zipper Down” não é o melhor disco da dupla, mas isso não é demérito nenhum. Ele é ótimo. É aquele tipo de rock despretensioso excelente pra se ouvir no carro voltando pra casa depois do expediente.
Zipper Down – Eagles of Death Metal
Gravadora: Universal Music
“Zipper Down” não é o melhor disco da dupla, mas isso não é demérito nenhum. Ele é ótimo.