Thunderbolts* (2025)
A crise dos super-heróis no cinema chegou a um ponto inimaginável: ela entrou na tela pra encher a cabeça dessas figuras pop com questões sobre relevância, limites e motivações. Afinal, tem muito fã que não vê nada de bom no MCU desde o último Vingadores e exige uma espécie de “volta às origens”, seja lá o que isso signifique. Pois bem, a Marvel apresenta seus “novos Vingadores”, mas nem os próprios Thunderbolts têm certeza se querem, ou estão aptos, pra assumir tamanha responsabilidade, e isso permeia as duas horas do filme, um apanhado de ação, humor e drama sobre aceitação convincente, mas não empolgante.
Temos aqui um grupo de renegados em busca de um objetivo na vida enquanto lida com jogos de poder e questões pessoais, como fracassos, traumas de infância e relações mal resolvidas. Essa carga emocional recai principalmente sobre os ombros da assassina Yelena Belova (Florence Pugh), a nova Viúva Negra – também responsável pelos momentos mais piegas do longa -, e Bob (Lewis Pullman), que a certa altura se tornará o megapoderoso Sentinela.
Yelena, em especial, serve de fio condutor para as dúvidas que pairam sobre os personagens no momento em que são reunidos: eles formam mesmo uma equipe? Sua habilidades são suficientes para dar conta do serviço?
Como pessoas tão problemáticas podem trabalhar juntas? E, acima de tudo, eles são heróis de fato? Assim, a Marvel abraça a metalinguagem e põe pra escrutínio público substitutos que não têm o carisma, os poderes e a aura icônica dos Vingadores originais, mas agem com heroísmo apesar de suas falhas. Gostemos ou não, teremos os Thunderbolts em “Avengers: Doomsday”, em 2026.
Onde achar: Nos cinemas.
Assista também: Os Vingadores (2012)