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Coberturas

Plebe Rude, os opostos no palco e na platéia!

Rever o quarteto oriundo de Brasilia, mais de 20 anos depois na terceira cidade que moro (antes foi em Recife e na década de 1990 no Rio de Janeiro), foi interessante.

No último dia 31 de maio, matei a vontade!

Do ponto de vista sociológico, os quase sexagenários André X e Philipe Seabra (os 2 membros remanescentes da formação original) dão aula de opostos.

Se Philipe é o “puxador” de plateia, o cara que inicia as canções, o que literalmente vai para o meio da turba, o guitarrista que ocupa o palco, André X é completamente na dele.

Um passeio para um lado do palco com seu baixo, depois para o outro, quase nada de comunicação com o público, e aquela impressão, esse músico já passou muita coisa na vida, já tocou milhares de vezes as mesmas músicas, fez a parte dele, então, ok.

Antes de mais nada, não é uma crítica, é uma constatação. São músicos em oposição, e ok. O show funciona com essa dinâmica de oposição.

Os outros dois componentes agregam horrores ao grupo. Como foi a primeira vez que consegui assistir a uma apresentação com Clemente Nascimento na segunda guitarra e voz e Marcelo Capucci na bateria, me impressionei!

Marcelo é baterista técnico e que leva seu oficio a sério. Carismático, mas é daqueles compenetrados na hora de descer a lenha.

Clemente Nascimento, é membro da Plebe Rude há 20 anos, segundo Philipe Seabra. Antes e paralelo a isso, é líder dos Inocentes. Um músico preparado e que trouxe a mesma dinâmica da formação anterior. E acreditem, isso é muito importante, pelo tipo de música e canções da banda. Aquele esquema de perguntas e respostas, eu começo e você termina. O show é impecável. As forças que estão no palco do John Bull são antigas e escoladas nesse tal de rock n roll, mas com o viés do pós-punk.

As farpas continuam fortes depois de 40 anos, mas o público mudou, e como…

Na frente do palco, onde eu dividia o espaço com um amigo, meninas do alto de seus 20 e poucos, 30 e poucos, brigavam por espaço para pegar a melhor tomada de gravação para algum instagram da vida ou seus seguidores (uma delas estava ao vivo em determinada ocasião).

E ao lado delas, tiozões (assim, como eu.) com indumentária estranha e datada (nesse caso, não me encaixaria), com canecas de chopp, cabelos ralos, barrigas protuberantes e a mesma vontade de dançar como se estivessem com 20 anos.

Um bom público preenchia o espaço. O John Bull é uma casa voltada ao rock e abrange diversos estilos. O bar sempre receptivo e com um excelente atendimento. Não tem erro!

Teve direito a covers: a mais celebrada: Paralamas (“Selvagem”)! ” A Plebe Rude apresenta suas armas…”, a letra de “Radio Pirata” em “The Dead Heart” e “Patria Amada” dos Inocentes.

Com pouco mais de 2 horas (no máximo) de show e bis incluso, o quarteto se despedia de Florianópolis, com a sensação de dever cumprido e talvez, tenha deixado algum recado na mente de um outro desavisado que foi assistir ao show e nunca tenha entendido a mensagem da banda.

Setlist

  • SUA HISTORIA
  • ANOS DE LUTA
  • LUZES
  • CENSURA
  • A SERRA
  • ESTE ANO
  • A IDA
  • THE DEAD HEART
  • O QUE SE FAZ
  • PRESSÃO SOCIAL
  • NUNCA FOMOS TÃO BRASILEIROS
  • JOHNNY VAI A GUERRA
  • MEDO
  • A MINHA RENDA
  • SEXO E KARATÊ
  • PROTEÇÃO
  • A MESMA MENSAGEM
  • BRAVO NOVO MUNDO
  • BRASILIA
  • ATÉ QUANDO ESPERAR

Agradecimentos: Pisca Produtora pela parceria de sempre e o John Bull Floripa, a casa do Rock!

Luciano Vitor

Luciano Vitor

Formado em direito, frequentador de shows de bandas e artistas independentes, colaborou em diversos veículos: Dynamite, Laboratório Pop, Revista Decibélica, Jornal Notícias do Dia, entre outros. Botafoguense moderado, carioca radicado em Florianópolis há mais de 20 anos.

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