Tela Azzu (João Pessoa, Paraíba)
Não sei como esse som não chegou aos meus ouvidos antes. Descobri a Tela Azzu tardiamente. Até porque se tivesse escutado Baleia Explode em 2024, ele teria entrado fácil na minha lista de melhores discos do ano.
Formada no fim de 2019 em João Pessoa, a Tela Azzu é mais que uma banda: é um coletivo artístico formado por cinco cabeças inquietas: Iann Wilker, Arthur Vinícius, Diogo Rodrigues, Lucas Madruga e Marcus Matheus. Até parece o ChatGPT, mas é isso mesmo. A trupe é formada por gente que já vinha de outras experiências musicais e decidiu misturar tudo: rock progressivo, psicodelia, metal, MPB, jazz, forró, e o que mais couber nessa salada sonora que eles chamam, com orgulho, de rock troncho.
E é exatamente essa definição que me fisgou: troncho. Descobri esse termo em 2011, quando estive pela primeira vez em Recife. E nunca esqueci.
Voltando ao som em sim, na minha opinião irregular, estranho, torto e ao mesmo tempo genial. Um som que quebra expectativas, desafia estruturas e remexe a cabeça de quem cresceu no conforto das fórmulas.
Infelizmente, ainda são poucos os holofotes apontados para o que vem da cena alternativa nordestina. E isso talvez senha sido o fio condutor para eu não ter ouvido esta maravilha antes.
Mas que bom que a Tela Azzu existe e está está virando esse jogo.