Frenesi total: quando Fresno e NX Zero nos levaram de volta pros anos 90
Tem coisa que a gente não sabia que precisava até acontecer. Tipo ver Fresno e NX Zero juntos, bandas que nem curto muito, mas respeito, cantando no mesmo palco, no mesmo videoclipe, no mesmo universo. E mais: dentro de um programa de TV que não existe, mas que parece que sempre existiu, “Frenesi Total”.
Eu assisti hoje ao clipe de “Se Eu For, Eu Vou Com Você” como quem zapeia num domingo preguiçoso de 1996 e, do nada, cai na TV Cultura. Ou no SBT, tanto faz, não sei, não lembro direito. Sabe aquele auditório apertado, a plateia vestindo camiseta larga, cabelo dividido no meio, cartazes na mão, e um apresentador meio perdido mas com carisma de sobra? Aquilo me pegou num lugar que nem eu lembrava que existia.
É que esse clipe tem cheiro de Fandangos com Guaraná Antarctica. Tem cara de VHS rebobinado. Tem alma de quem cresceu assistindo ao “Programa Livre”, ao “Matéria Prima”, e sabia que o Serginho Groisman era o nosso passe de entrada pra um mundo onde adolescentes podiam falar alto, perguntar qualquer coisa, chorar no meio da música. Fresno e NX Zero recriaram isso com um nível de detalhe que beira a feitiçaria: desde o letreiro até a coreografia tímida, mas animada, da galera da plateia. Tudo é meticulosamente caótico mas lindo, como era naquela época.
A música, por si só, já chega com peso emocional. Não só porque junta 2 dos maiores nomes do emo BR, mas porque tem aquele jeitão de trilha de comercial de TV. Tem até saxofone (sim, saxofone!) e um refrão que poderia muito bem tocar enquanto os créditos sobem numa reprise da Malhação. A gente ouve e pensa: “eu vivi isso lá atrás, e ainda estou vivendo, em pleno 2025.”
Mas o mais bonito é que, por trás da brincadeira estética, tem verdade. Tem afeto. Dá pra ver nos olhos do Lucas, do Di, da superbanda toda que está no palco, fantasiada de anos 90 e se divertindo, que aquilo não é só um revival. É um reencontro com a própria origem. Com os anos em que a gente aprendia a sentir e as bandas estavam aprendendo a gritar o que a gente ainda não sabia nomear.
Em 2025, tudo é algoritmo, clipe com câmera na cara, dancinha de 15 segundos, TikTok, hashtag, emoji e meme. Mas Fresno e NX Zero escolheram voltar no tempo, não como fuga, mas como homenagem. E acertaram em cheio. Porque, no fim das contas, todos nós temos um pouco daquele adolescente de mochila e disckman no bolso. A gente ainda quer ouvir música que diga alguma coisa. Que soe como casa. Como abraço. Como palco apertado com plateia gritando cada palavra.
E se eu for, eu vou com você. E como sou um bom saudosista dos anos 80 e 90, vou de boné de aba curva virado na cabeça, bermudão largo abaixo do joelho, camiseta do Red Hot e coração aberto.
FICHA TÉCNICA:
DIREÇÃO: Gabriel Rollinos e Gabriel Twardowski
1º ASSISTENTE DE DIREÇÃO: Mariana Rosha
2º ASSISTENTE DE DIREÇÃO: Nathalia Zaki
DIRETORA DE PRODUÇÃO: Mari Betoni
COORDENADOR DE PRODUÇÃO: Edu Lima
1º ASSISTENTE DE PRODUÇÃO: Robert Litig
2º ASSISTENTE DE PRODUÇÃO: Marcelo Araujo
PRODUTORA DE FIGURAÇÃO: Alline Nolasco
DIRETOR DE FOTOGRAFIA: Danilo Rosa
1º ASSISTENTE DE FOTO: Carina Barros
2º ASSISTENTE DE FOTO / LOGGER: Guilherme Pilpa
OPERADOR DE CÂMERA: Gabriel Rollinos
OPERADOR DE CÂMERA / TÉCNICO DE VÍDEO ANALÓGICO: Andrei Moyssiadis
CHEFE DE ELÉTRICA: Bruno Teles Tomaz (Obara)
1º ASSISTENTE MAQUINÁRIA E ELÉTRICA: Adriano Rodrigues da Silva
2º ASSISTENTES MAQUINÁRIA E ELÉTRICA: Francisco Xavier de Jesus Bispo, Lucas Vinício da Silva Salazar e Heitor Terra Lessi Nogueira
DIRETORA DE ARTE: Karla Salvone
ASSISTENTE DE ARTE: Winnie Ramos
CONTRA REGRA: Pablo Castilho
AJUDANTE DE ARTE: Gabriel de Morais Pinheiro
FIGURINISTA: Tali Miranda
ASSISTENTE DE FIGURINO: Luma Berrocal
CAMAREIRA: Branda Lee Prestes
MAQUIAGEM / CABELO: Tatiana Manfrin
1º ASSISTENTE DE MAQUIAGEM / CABELO: Silvana Reis
ROADIE: Miltão
TÉCNICO DE SOM: Gus Alves
Imagem: Reprodução/Internet
