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Underfloripa entrevista com exclusividade em Santa Catarina: Adrian Younge!

No momento dessa matéria, 1 show já tinha sido realizado, na Autêntica, em Belo Horizonte, no último dia 30-04.

Com 2 shows na agenda pela sua passagem pelo Brasil, Adrian Younge vai subir no palco da Cultura Artisitica dia 07-05 e no dia seguinte em Curitiba,.

Adrian, um dos maiores músicos do jazz conteporâneo, é um dos responsaveis por trilhas sonoras incríveis, como: “Luke Cage”, “Detetive Alex Cross”, “Big Dynamite”. Com uma tour de 3 datas pelo país, Adrian vem apresentar um de seus trabalhos, “Something About April III”, ao lado de uma orquestra de 40 peças em Sâo Paulo Paulo e 10 peças em Curitiba.

Mas nos aprofundamos um pouco mais para entender a carreira e o homem por trás do selo “Jazz is Dead”.

Underfloripa – Nós 2 temos algumas coisas em comum, o Direito e a música. Eu também me formei há muitos anos atrás, mas não exerço (NOTA: A entrevista foi conduzida por Luciano Vitor, formado em Direito, mas que não exerce a carreira jurídica). Mas sou apaixonado por música. A frase “Sem a música, a vida seria um erro”, de Nietzsche expressa bem o que eu sinto e acredito que você também. O que do campo do Direito, o advogado Adrian, trouxe para a música?

Adrian Younge – A faculdade de Direito me ajudou a perceber que posso fazer o que quiser na vida. Foi muito difícil, mas me ensinou que posso aprender muitas coisas apenas lendo um livro. Foi assim que aprendi a ler e escrever música para orquestra. Eu simplesmente peguei um livro e aprendi.

Underforipa – Seus álbuns trazem um contexto muito interessante. São músicas que se conectam, que formam um arco, como se fosse uma trilha sonora. São bem temáticos. Isso é proposital?

Adrian Younge – Sim. Minhas músicas refletem minha jornada. Eles são como a trilha sonora da minha vida; elas são meu crescimento e, em essência, meus esforços para me tornar o melhor artista da minha geração, simplesmente sendo vulnerável e transformando minha vulnerabilidade em música.

Underfloripa – O que é mais fácil? Compor trilhas sonoras ou compor álbuns fora do universo cinematográfico?

Adrian Younge – Trilhas sonoras são muito mais fáceis porque você faz parte de uma equipe maior. Quando crio música fora do universo cinematográfico, estou praticamente sozinho no meu caminho. Gosto dos dois, mas o caminho que mais gosto é o solitário, porque sou meu próprio chefe.

Underfloripa – Você acredita que exista uma similaridade entre o samba e o blues? Para muitos brasileiros, o samba é o nosso blues.

Adrian Younge – Absolutamente. Tanto o samba quanto o blues são músicas que surgiram do deslocamento de negros da África. Estamos transformando injustiça e sofrimento em arte, como um processo de cura.

Underfloripa – Você conhece artistas mais velhos (Hyldon, Carlos Dafé, Joyce, Marcos Valle, por exemplo) e outros mais contemporâneos aqui no Brasil (Céu e Samanta Schmutz). Já ouviu Cartola, Candeia, Paulinho da Viola, que são grandes expoentes do samba?

Adrian Younge  – Sim. Eu adoro a música deles.

Underfloripa – Quando você e o seu parceiro, Ali Shaheed produziram a trilha sonora de Luke Cage, chegaram a acompanhar as filmagens dos shows dentro do Harlem´s Paradise? (nota: na série do universo Marvel, “Luke Cage” tem diversas apresentações de artistas fantásticos como: Sharon Jones & The Dap Kings, Raphael Saadiq , Charles Bradley, entre outros.)

Adrian Younge – Sim, e Ali Shaheed e eu também atuamos em Luke Cage. Foi uma experiência incrível.

Agradecimentos: Larissa da Formusic pela inestimável ajuda para conseguirmos a entrevista com Adrian Younge.

Luciano Vitor

Luciano Vitor

Formado em direito, frequentador de shows de bandas e artistas independentes, colaborou em diversos veículos: Dynamite, Laboratório Pop, Revista Decibélica, Jornal Notícias do Dia, entre outros. Botafoguense moderado, carioca radicado em Florianópolis há mais de 20 anos.

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