Crítica: Júpiter Maçã – A Efervescente Vida & Obra – Cristiano Bastos e Pedro Brandt

Contar uma história é tarefa inglória quando a fonte não mais existe. Escrever uma biografia porém é arriscar-se em um limbo tão sem tamanho que só existem 2 tipos, as boas e as ruins. Como obras de arte, não existe um meio termo.

Se a errática vida e obra de Flavio Basso (aka Jupiter Maçã, para ficarmos na persona mais conhecida) é tão cheia de altos e baixos, quem mais além de Cristiano Bastos e Pedro Brandt para contar com uma riqueza impressionante de detalhes a curta passagem de Flavio pelo nosso planeta?

Ambos são jornalistas donos de cultura musical ímpar! Íntimos da cena musical de Porto Alegre, sã responsáveis por outras obras do gênero. Mas transformar em palavras, centenas de páginas a tumultuada vida do músico falecido em 2015 não parece ter sido fácil.

Traçando uma linha contínua que vem desde as origens de seus avos paternos e maternos, até o ápice do músico e sua obra-prima “A Sétima Efervescência”, o livro traz detalhes ricos sobre a gravação dos álbuns de Júpiter, músicas soltas, vida pessoal, perdas e sua luta conhecida contra o alcoolismo.

Longe de ser um libelo pela idolatria do artista, a obra resgata o quão frágil e conflituoso era Flavio.

Recuperando personagens reais que fizeram parte da obra musical do artista, os autores conseguem a proeza de trazer uma obra franca e por vezes chocante de um músico que se sentia a própria música “all time” e deixou um vazio imensurável na cena independente brasileira.

Flavio Basso antes de ser um personagem de si próprio, era humano, demasiado humano, talvez por isso tenha partido cedo demais.

Atentos aos detalhes, os autores desvendam as nuances das gravações que envolveram Júpiter, suas amizades e depoimentos cativantes. A obra tem tudo para se tornar um best seller!

Uma obra que merece todos os elogios!