Música

Willie Nelson comemora 92 anos com início de nova turnê

A idade é apenas um número? Parece que sim para a lenda viva do country, Willie Nelson. Na última segunda-feira (29), ele celebrou seus 92 anos fazendo o que sempre fez de melhor: subindo ao palco com seu inseparável chapéu e uma lista de clássicos que atravessam gerações. O show aconteceu no Ameris Bank Amphitheatre, em Alpharetta, na Geórgia, e marcou o início oficial da sua turnê de 2025.

Sim — 92 anos e em turnê. A essa altura da vida, muita gente estaria agradecendo por um sofá confortável e um controle remoto. Willie, por outro lado, escolheu a estrada. Com sua banda Willie Nelson & Family — que inclui seu filho Micah Nelson e outros parceiros de longa data — ele entregou um set de 22 músicas, entre elas faixas obrigatórias como “Whiskey River,” “Always on My Mind,” “Mammas Don’t Let Your Babies Grow Up to Be Cowboys” e “On the Road Again”.

A turnê ainda é um aquecimento para o Outlaw Music Festival, circuito itinerante que começa em junho e vai até outubro, reunindo nomes como Bob Dylan, Robert Plant & Alison Krauss, John Mellencamp e Billy Strings — em diferentes datas. Um lineup desses já valeria o ingresso, mas a presença de Willie, aos 92, dá ao festival um ar de celebração da resistência musical: o country, o folk, o rock e o espírito rebelde de quem nunca aceitou se aposentar.

Não é de hoje que Willie Nelson redefine o que é envelhecer. Nos últimos anos, ele lançou discos, participou de colaborações, defendeu causas políticas, lançou livros e ainda arruma tempo pra fumar um com Snoop Dogg. A longevidade artística dele não vem de um apego ao passado, mas de um compromisso contínuo com a estrada, com a música e com a ideia de que parar não é uma opção.

Willie Nelson não está só em turnê — ele está em missão. Aos 92 anos, ele mostra que o tempo pode até deixar rugas no rosto, mas não consegue tocar no brilho de quem nasceu pra cantar histórias, desafiar o sistema e manter viva a chama de um gênero inteiro.

Alexandre Aimbiré

Alexandre Aimbiré

Estudante de Letras, guitarrista de fim de semana, DJ ocasional, leitor ávido de Wikipédia e escritor de romances de gaveta. Manézinho de nascimento, criado em Porto Alegre e atualmente mora em São Paulo. Como todo bom crítico, já tocou em várias bandas que não deram em nada.

Outras matérias deste autor