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Resenhas

Mhaol – Something Soft (2025)

A Irlanda já exportou muita banda boa, mas poucas soam tão incômodas e necessárias quanto a M(h)aol (pronuncia-se “male”). Formado em 2016, o trio formado por Constance Keane (bateria e vocais), Jamie Hyland (baixo/guitarra) e Sean Nolan (guitarra) carrega no DNA um post-punk seco e direto, com pitadas de punk e noise. A banda tem se destacado por seu ativismo feminista e letras que não dão voltas para falar de temas como misoginia, cultura do estupro, luto e identidade. E Something Soft é o seu segundo álbum.

Apesar do nome, não espere suavidade. O álbum é uma paulada bem calculada: denso, urgente e desconfortável do jeito que precisa ser. As guitarras surgem rasgadas, a bateria pulsa com tensão e os vocais de Constance Keane transitam entre o quase sussurro e a fúria descontrolada.

Serei sincero: É um álbum que exige disposição para encarar temas difíceis e uma sonoridade fora do padrão. Por isso, é indicado para quem busca sair da zona de conforto e explorar a trilha sonora de uma geração que ainda estamos tentando entender.

Até porque a arte também é feita para incomodar. E que continue assim.

7.2

Something Soft – Mhaol

Gravadora: Merge

Um soco na cara que mostra a realidade nua e crua, que quase sempre, sequer enxergamos.

Frederico Di Lullo

Frederico Di Lullo

Redator publicitário, letrólogo, jornalista & fotógrafo de shows, nasceu na Argentina, coleciona vinil, é fã incondicional de música e um exímio apreciador de artes degeneradas.

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