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Resenha: Avantasia – Angel of Babylon (2010)

Recebi em mãos o CD da terceira e última parte de uma trilogia do multinacional e multioperático projeto do vocalista do Edguy, Tobias Sammet. Olhei sua capa azul, o título com conotações bíblicas e eu fiquei sinceramente surpreso ao perceber que o Avantasia ainda existe.

Por favor, que os metaleiros que me leem não me levem à mal, mas eu nunca fui um true believer. Andei com muitos metaleiros quando era mais novo, muitos de meus melhores amigos na época curtiam metal, curti muitos sons e fui em vários shows de bandas de metal, inclusive assisti ao histórico show do Edguy no Underground Rock Bar em 2002 no auge dos meus 18 anos. Mas, o tempo passou e eu me distanciei de muitos de meus amigos que curtiam metal e me concentrei em outros sons. Parei de acompanhar as bandas e os lançamentos e não dediquei meus esforços ao metal, especialmente ao metal melódico e suas muitas variações e subgêneros.

Ainda mais surpreso que eu fiquei ao saber que o Avantasia ainda existe, fiquei ao perceber que o som continua praticamente o mesmo. Ouvindo as doze faixas do álbum, era como se eu tivesse aberto uma cápsula do tempo e pegasse um disco de 2002 e botasse para ouvir depois de muitos anos. Todos os chavões do gênero estão lá bem representados desde, os coros, o pedal duplo, as guitarras ágeis até os gritos operísticos no final de um refrão. O piano no final de “Blowing Out the Flame” é tão chavão que chega a ser meio patético.

Entre outros momentos constrangedores no álbum temos a voz distorcida no pré-refrão de “Rat Race” e o seu esquisito solo, que parece que não combina com o resto da música, e o início circense macabro de “Death Is Just a Feeling”. Porém, no geral, “Angel of Babylon” é um bom álbum, coeso e com excelentes músicas que em alguns momentos me fizeram levantar o punho no ar. Apesar de seu início esquisito, “Death Is Just a Feeling” é absolutamente excelente, assim como boa parte do álbum.

O álbum não traz nenhuma novidade, mas ele provavelmente não veio para quebrar o status quo ou revolucionar o gênero. “Angel of Babylon” e o Avantasia é um bom fanservice, entrega o que se propõe a entregar, um álbum sólido de um gênero bem estabelecido. O projeto sempre foi algo como o dream team do metal melódico, jutando no mesmo projeto grandes nomes sob a tutela de um de seus maiores nomes, e aqui ele continuou em sua posição consolidada. Sem surpresas, para o alívio dos fãs.

6.8

Angel of Babylon – Avantasia

Gravadora: Nuclear Blast

Nenhuma surpresa em mais um álbum do dream team do metal melódico.

Alexandre Aimbiré

Alexandre Aimbiré

Estudante de Letras, guitarrista de fim de semana, DJ ocasional, leitor ávido de Wikipédia e escritor de romances de gaveta. Manézinho de nascimento, criado em Porto Alegre e atualmente mora em São Paulo. Como todo bom crítico, já tocou em várias bandas que não deram em nada.

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