Resenha: Cumbuca – Cumbuca (2025)
“Não existe vento favorável a quem não sabe onde deseja ir.” Sêneca.
Assim que terminei de ouvir o EP da banda Cumbuca, que também se chama assim, lembrei da frase acima. E, na sequência, gostaria de explicar o porquê.
Formada no Estado de São Paulo em 2023, ela é composta por Deco Gontijo (vocal, guitarra, violão e sintetizador), Henrique Borto (vocal, guitarra e sintetizador), Júlio Madella (bateria, vocal e percussão) e Toni Morais (baixo).
O seu primeiro EP foi lançado em fevereiro de 2025 e gravado de forma analógica no Inhame Studio, em Cotia (SP). Detém 4 faixas. A primeira, Meus Problemas, me remeteu imediatamente ao Terno e ao rock feito nos anos 70 no Brasil, com aquele baixo groovado e viradas de bateria características. Já Descanso, sem dúvidas, bebe da fonte post-punk e shoegaze de bandas como Terno Rei e Jovens Ateus. Na sequência, rola Passear na Praia, um MPB que depois lembra bastante a pegada de BaianaSystem. Por último, voltamos ao shoegaze com pitadas de new wave e tecladinho maroto em Resolução, faixa que encerra o trabalho.
A produção é impecável, bem-feitinha e tal, mas me lembrou justamente a frase que citei acima. Sim, parece que a banda tentou atirar para todos os lados. E isso não é ruim, mas creio que deveria trabalhar numa linha primeiro e depois ir ampliando seus horizontes.
Cumbuca – Cumbuca
Gravadora: Independente
A Cumbuca musical da banda homônima serve um banquete de referências, um prato até que saboroso, porém ainda em busca da sua receita principal.
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