Resenhas

Resenha: Eliane Elias – Made In Brazil (2015)

Se um dia me perguntarem qual foi a coisa mais chata que eu ouvi na minha vida, é bem possível que seja este disco. É importante notar que este disco ganhou o Grammy de Melhor Disco de Jazz no ano passado, o que ressalta a absoluta irrelevância deste prêmio. Aqui temos um grande exemplo de uma bossa nova extremamente americanizada e pasteurizada com pouquíssima relevância no cenário brasileiro.

Das doze faixas deste álbum, metade delas são de composição da própria Elias. Entre as outras seis há duas versões de Ary Barroso, duas de Tom Jobim e duas de Roberto Menescal. Todas as doze faixas são absolutamente desnecessárias. As seis dela são um mais do mesmo de jazz-bossa nova de piano bar mequetrefe de filme americano que mais parece música de elevador. As seis versões são dignas de banda cover meia-boca de barzinho brasileiro. Na minha opinião, não há necessidade de fazer mais uma versão de “Águas de Março”, ou de “Aquarela do Brasil”, e Certamente não precisamos e uma senhora branca americanizada fazendo uma versão de “No Tabuleiro da Baiana”.

Ainda há a questão dos timbres. Na versão de “Você”, que é tão ruim quanto você está imaginando, é bem perceptível o mal gosto da produção da própria Elias na escolha dos timbres, com cordas de teclado Casio e pianos dignos de uma churrascaria dos anos 90. Sua voz anasalada certamente não combina com a quantidade de reverb usado em tudo.

Entre as músicas compostas por Elias, há a participação de Ed Motta na sofrível “Vida (If Not You)” que só acrescenta mais chatice ao disco.

A cantora e pianista paulistana e quase total desconhecida no Brasil mora nos Estados Unidos há 35 anos e isso é bem perceptível. A música dela parou há 35 anos atrás. De Made In Brazil, definitivamente, só as composições de Tom Jobim e Ary Barroso.

5.5

Made In Brazil – Eliane Elias

Gravadora: Universal Music

Um disco de jazz-bossa absolutamente desnecessário e chato de doer.

Alexandre Aimbiré

Alexandre Aimbiré

Estudante de Letras, guitarrista de fim de semana, DJ ocasional, leitor ávido de Wikipédia e escritor de romances de gaveta. Manézinho de nascimento, criado em Porto Alegre e atualmente mora em São Paulo. Como todo bom crítico, já tocou em várias bandas que não deram em nada.

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