Resenha: Eric Clapton – I Still Do (2016)

Peguei este disco pra resenhar e segurando ele eu pensei em como o Eric Clapton ficou cada vez mais bundão com a idade. Coloquei o CD pra tocar, repetindo como se fosse um mantra: “Isto vai ser uma bosta”. Play. No primeiro acorde, o mais puro creme saiu no meu fone e eu me rendi. Eric Clapton, aos 71 anos, entrega no seu vigésimo segundo disco solo um álbum fantástico.

Este é um composto principalmente de covers e versões de clássicos do Blues, no mesmo estilo de seu trabalho anterior, “The Breeze”, um álbum de versões de JJ Cale. Inclusive, há duas versões de JJ Cale neste disco, “Can’t Let You Do It” e a sensacional “Somebody’s Knockin’”. De muitas maneiras, este disco parece uma viagem no tempo, para um Clapton bluseiro dos tempos dos discos “Timepieces”. Pegada, timbres fantásticos e tudo aquilo que esperamos dela. Claro, há momentos Clapton idoso pós-acústico MTV, como a última faixa “I’ll Be Seeing You”, mas é tudo muito bem arranjado e construído. Não soa piegas, como muito do que ele produziu nos anos 90. Mesmo quando tem uma pegada de radio FM de coroa é legal.

Para fãs, como eu, que sobreviveram aos lamentáveis anos 90 e discos miseráveis como “Pilgrim”, é muito bom ouvir um disco dessa qualidade. Pra quem não é fã, é um excelente disco de Blues. Talvez não o melhor dele, mas ainda excelente.