Resenha: Gritando HC – Libertariamente (2025)
A primeira música que aprendi a tocar no baixo foi Velho Punk. Isso foi em 2004. Eram tempos de camiseta preta desbotada e CD do Gritando HC tocando sem parar num mp3 player genérico que eu levava pro colégio escondido. Acho que ele tinha 256 mega e Ande de Skate e Destrua tocava todo dia no trajeto Palhoça-SJ. Era a fase do Donald nos vocais, que faleceu em 2001 e ainda tinha aquela áurea de “viva muito, morra jovem”.
Vi amigos formarem bandas por causa deles. Vi moleques de 13 anos decorando letras sobre desigualdade, repressão e vício. Ajudei a agitar a cena punk/hc na Grande Florianópolis, no Bar do Professor e Avohai. E até tentei fazer um show da banda em 2010, mas é lógico que eu não tinha grana pra isso. E em 2011, tive a sorte de abrir um show deles em Jaraguá do Sul, num dos dias mais legais da minha vida.
Só me faltou aprender a Andar de Skate, mas nem tudo é perfeito.
Avançamos para 2025 e o grito segue alto. Libertariamente, novo disco da banda, é para quem gosta de barulho. Quem faz hardcore no terceiro mundo sabe: não tem volta. As letras antigas ainda doem. A política é a mesma. A rua é a mesma. A raiva também. Ou melhor, aumenta e piora.
Mas agora há uma maturidade furiosa. Lê lidera com voz firme, sem perder a urgência. Os riffs continuam na medida certa entre melodia e caos. Destaco Alomorfia, Corrida de Ratos e Quem se Importou.
No ano que a banda completa 35 anos, quem recebe um presente somos todos nós. Ficamos longevos, mas trabalhos como o Libertariamente nos fazem olhar pra trás e perceber que tudo valeu a pena. A referência do Skate Punk Brasileiro e está mais viva do que nunca: tem punk aê, tem punk aê!
Libertariamente – Gritando HC
Gravadora: Algohits
Avançamos para 2025 e o grito segue alto. Libertariamente, novo disco da banda, é para quem gosta de barulho. Quem faz hardcore no terceiro mundo sabe: não tem volta. As letras antigas ainda doem. A política é a mesma. A rua é a mesma. A raiva também. Ou melhor, aumenta e piora.