Resenha: Murilo Sá & Grande Elenco – Durango! (2017)
Se no primeiro trabalho de Murilo Sá, o talento já era algo que podia se perceber, em “Durango” o artista se encontra em um patamar acima do seu primeiro trabalho, “Sentido Centro” de 2014.
Provavelmente a influência de Júpiter Maçã e o rock gaúcho se fizeram bastante presentes no álbum do baiano mais gaúcho que já se tenha ouvido falar. Ao menos musicalmente, Murilo incorporou o melhor do rock de Porto Alegre, mas também absorveu tanto, que para comparações, Murilo se tornou universal. Isso é o que os bons artistas fazem. Incorporam elementos de diversas matizes, se transmutam em um gênero universal e não mais identificamos de onde eles são.
Transitando entre o pop rock elegante, o psicodélico e um quê de rock anos 80/90 caindo para bandas menos incensadas da época, Sá fez um belo disco.
Elegância. Palavra recorrente em algumas faixas. Arranjos retrôs, melodias que fariam um imenso favor em qualquer programa de televisão com 1 neurônio, uma voz que consegue sair-se bem em qualquer rádio ou canção com um mínimo de inteligência.
O mínimo de inteligência que falta em tantos veículos de comunicação, sobra em “Durango”.
Um disco que pode ter passado batido em tantas listas dos melhores do último ano, mas que faria parte da minha para qualquer ano. Fazer pop rock é fácil. Difícil é fazer com talento, inteligência e um quê de sofisticação.
Murilo Sá, que belo trabalho rapaz!
Durango! – Murilo Sá & Grande Elenco
Gravadora: 180 Selo Fonográfico
Murilo Sá confunde o ouvinte fazendo rock gaúcho, sendo baiano e tornando sua música universal.