Resenha: NewDad – Safe (2025)
NewDad nunca soou tão seguro quanto em Safe. Nome irônico? Talvez. Mas esse não é o ponto hoje. O que tenho a dizer é que o EP do quarteto de Galway está longe de ser simples. Mas é sincero demais. Ele pega o DNA dream-pop e shoegaze da banda e o reconstrói com uma confiança recém-descoberta, esculpindo um som que passeia entre a delicadeza do Mazzy Star e a distorção sentimental do DIIV.
“Entertainer” abre os trabalhos e já mostra que o EP que sucede MADRA, álbum debut da banda, será na mesma linha. A voz de Julie Dawson flutua como um sussurro, enquanto guitarras e sintetizadores fazem o jeito certo. “Safe” é a segunda faixa, trazendo destaque para o trabalho. O EP ainda conta com o grunge valsante de “Puzzle” e a melancolia de “Be Kind”, onde cordas substituem os synths, numa verdadeira misantropia.
Esse sentimento de encantamento, misturado à noção de que estão construindo algo maior do que eles próprios, é o que transforma Safe num salto claro em relação ao Madra, seu trabalho anterior. Vale a pena ouvir o que NewDad tem a dizer para o mundo.
Escute:
Safe – NewDad
Gravadora: Independente
Longe da autodescoberta, NewDad apresenta confiança sonora e entrega um trabalho coerente e que entrega um trabalho tão bom quanto o seu disco de estreia.
Se antes o NewDad sussurrava de um quarto escuro, agora eles ainda estão nesse quarto — mas com a luz acesa, encarando o espelho. E isso, meu amigo, não é pouco.