Resenhas

Resenha: Norah Jones – Day Breaks (2016)

Minhas últimas resenhas tem sido de discos mais, digamos, suaves. Talvez seja coincidência, ou talvez seja porque meu editor, Luciano Vítor, me odeie. Talvez seja coincidência que eu esteja resenhando hoje “Day Breaks”, o mais recente lançamento de Norah Jones e mais um álbum de música leve com uma pegada jazzística. Porém, ao contrário de todos os álbuns que eu andei resenhando, este aqui é ótimo.

Em seu sexto álbum de estúdio, a pianista e caçula do lendário Ravi Shankar voltou à sua zona de conforto, largando a produção de Danger Mouse e voltando às raízes piano e voz que a tornaram a queridinha do universo do Jazz. “Day Breaks”, inclusive, lembra muito a sutileza e a graça que tornaram Jones famosa com sua estreia “Come Away With Me”.

Das doze músicas, três são covers, entre estes uma excelente versão de “Don’t Be Denied” de Neil Young, e uma do lendário Duke Ellington, “Fleurette Africaine”. A terceira é uma regravação de “Peace”, do pianista Horace Silver, que Jones já havia gravado para o EP “First Sessions” em 2001. São versões excelentes que ganham vida nova na voz doce de Jones e soam como parte de sua discografia. As composições próprias, todas assinadas por Jones, com exceção a “Sleeping Wind”, composta pela produtora Sarah Oda, também não deixam a desejar. Destaque para as excelentes “Tragedy”, faixa que começa de fato o disco depois da lenta e quase silenciosa “Burn”, e “Carry On”, primeiro single do disco.

“Day Breaks” é uma obra sutil e despretensiosa, como muito do trabalho da cantora. Um álbum incrível para se ouvir, ironicamente, enquanto se toma uma taça de vinho num sábado à noite.

8.2

Day Breakes – Norah Jones

Gravadora: Blue Note/Universal Music

Garçom! Traz mais uma dose de whisky pra acompanhar a classe deste disco, por favor!

Alexandre Aimbiré

Alexandre Aimbiré

Estudante de Letras, guitarrista de fim de semana, DJ ocasional, leitor ávido de Wikipédia e escritor de romances de gaveta. Manézinho de nascimento, criado em Porto Alegre e atualmente mora em São Paulo. Como todo bom crítico, já tocou em várias bandas que não deram em nada.

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