Resenha: Swaves – Foi o que deu pra fazer (2025)
Tem discos que soam de forma original. Outros, nem tanto. O que não quer dizer que sejam ruins.
E Foi o que deu pra fazer, estreia do Swave, é descaradamente do segundo tipo. Um disco feito no espírito do agora, reunindo cinco nomes que já possuem certa quilometragem na cena alternativa brasileira: Aline Mendes (a Alinbloom) assume os vocais com personalidade e presença; Cris Botarelli (Far From Alaska) comanda o baixo e também divide os vocais; Rafael Brasil (também do Far From Alaska) traz sua guitarra; Murilo Benites (Violet Soda) acrescenta sua pegada visceral nas cordas e André Dea (Violet Soda, Supercombo, Sugar Kane) segura a bronca na bateria com a força de quem entende o peso do palco.
Com essa formação, a expectativa já nasce alta e o disco, entrega! As faixas transitam entre o punk, o grunge e o rock alternativo, refletindo a história dos integrantes e suas diferentes fases e projetos. O resultado? Um álbum que soa como reunião de velhos amigos em um estúdio apertado: É porrada e pancadaria de rock, direto e despretensioso. Esse equilíbrio evita que o disco se torne apenas mais um produto da fórmula “rock com atitude” e o posiciona como algo fresco, autêntico, mesmo sem inventar nada novo.
O álbum é filho legítimo das guitarras dos anos 90, com uma alma millennial que já sacou que o mundo é rápido demais pra grandes esperas e a cena acaba sendo híbrida: entre os palcos e as redes. São 11 faixas que não querem reinventar a roda, mas fazem questão de girá-la com força. Entre o grunge, o punk, o rock e aquela malemolência de quem cresceu ouvindo as rádios rock do sul-sudeste, o Swave acerta em cheio no que se propõe: fazer música.
No fim, o trabalho, nem de longe, propõe novidade: propõe presença. E, na real, isso serve pra caralho!
Foi o que deu pra fazer – Swaves
Gravadora: Deck
A banda e seu trabalho "Foi o que deu pra fazer" não reinventa o rock nacional, mas entrega presença com tesão e boas guitarras.
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