Resenha: Violins – Direito de Ser Nada (2011)
Em seu sétimo trabalho, o Violins parece ter baixado a guarda. Não, em nenhum momento a sonoridade decaiu, ou a qualidade musical foi deixada de lado. Tudo isso continua em alta na banda, mudaram algumas coisas.
A formação agora tem: Fred Valle na bateria, Pedro Saddi no teclado, Thiago Ricco no baixo e sempre o mesmo talentoso Beto Cupertino nos vocais e guitarra, e também letrista da banda.
Mas ao atingir mais de dez anos de banda, Beto Cupertino, um dos melhores letristas de sua geração, deve ter percebido que a idade nos traz um sentimento de impotência frente a cruel realidade que nos envolve.
Não adianta mais dar murros em pontas de facas, não adianta bradar contra os perigosos moinhos de vento transfigurados em “perigosos dragões”, nem destilar todo o veneno que guardamos junto com a bilis.
Simplesmente aceitamos as coisas como as mesmas são, e é exatamente sobre isso que parece tratar o mais novo trabalho dos goianos.
As coisas são, enquanto são, permanecerão assim, fato.
Como bem descreve a banda na nona faixa “Nenhum Caminho”: não nos interessaa busca da verdade/não encontramos nenhuma/nosso alívio vem daí/só agora descansamos/aceitamos o que somos”.
É bem por aí, a aceitação nos torna mais pragmáticos e nos possibilita conviver melhor com nosso próprio cinismo perante o mundo.
Mais uma vez, o Violins chega na frente de todos, e nos oferta uma outra obra prima!
Direito de Ser Nada – Violins
Gravadora: Monstro Discos